In the Rain

terça-feira, 28 de setembro de 2004

Ah... finalmente acabei d escrever meu livro... agora falta digitar o fim, e quem sabe publicar né? Esse texto é do tempo q eu era cliança... é toskinhu... mas jah q digitei ta aih^.^

A ELEIÇÃO


Denise Regina Szabo 1996 ( texto foi copiado na íntegra, inclusive com os erros... da um desconto, eu tinha 8 anos... tava na segunda série (o q estiver entre colchetes é o q deviria significar))


Era uma vez uma cidade chamada Pontaçam .
Essa cidade se chamava assim, porque quem vivia la eram esses símbulos o . [ponto] final, o ponto de !, [excalmação] e etc.
Um dia a virgula resolveu:
_ Vamos fazer o seguinte: já que todos queremos ser os melhores vamos chamar as crianças. Antes que terminasse a fala o ponto final disse:
_ Para que crianças?
_ Simples, para o auditorio e tambem para decidirem quem é o (a) melhor. todos aplaudiram a virgula.
No dia a virgula estava preparada para ganhar quando disse:
_ Ba! ninguem me vemsse [vence] nésta todos vam [vão] votar em mim . A virgula preparou um texto e foi a o palco.
Quando estava tudo pronto foi chamdo ponto a ponto.
A decisão era dificil para as crianças, mas os pontos era facil, só votavão em si você sabe porque claro todos queriam ganhar claro se fosse você tanbem queria ganhar não é? Mas a opinião das criaças foi assim todos os pontos sam [são] boms todo mundo ficou disamparado* principalmente a virgula. Mas uam criança disse:
_ Porque estão tristes?
Foi ai que o ponto de esclamaçam disse:
_ É porque todos querião guanhar. [ganhar]
Logo uam das meninas da platéia disse:
_ Mas não intendo todos sam inportantes.
Depois dos pontos estarem arrependidos, aprederam porque queriam ser os melhores.
E depois de um tempo, virão que todos eram importantes, e virão que ningue os dispresava
Logo fizerão uma grande roda e mencionaram o nome de cada ponto um a um


o sentido seria desapontado

segunda-feira, 27 de setembro de 2004

Seguinte, eu nao tenho nem mto o postar hje, pricipalmente pq tou com MTO MTO MTO sono

Entao avisos apenas... para os interessados, dia 29/09 (é quarta dessa semana se o dia tiver errado me perdoem é o sono)
tem jgo d hand no bochófilo em sto andre, para os desocupados... informaçoes liguem pra liv... mas a tarde please!!!!

Kissus t++

sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Gotas de Vida

Denise Regina Szabo 10/09/2004

Aquelas horas foram apenas uma gota em sua vida, descera furioso os dentes nas unhas, visando o céu, a promessa, o eterno. O tempo, os segundos, desferiram nos espaço golpes que fizeram muitos degraus caírem. Mesmo assim, desprovido de medo na alma, ele os reegueu, sem perder segundos. O velho observava enquanto as mãos enrugadas coçavam a alva barba e fitavam o valente trabalhador.
-Quem sois? Disse sem parar de construir, o menino. O velho sorriu, citou uam ou duas três palavras de filósofos de sua época, depois mais algumas suas. A ajuda não ofereceu, pois o tempo já o casava os braços e a mente desesperançada dos anos o tirou a energia para sonhar.
- Por que tua jovialidade jogas fora ao tentar costruir o impossível? Não vês que é perda de tempo? - Caçoou em resposta dando os ombros, e sorriu ao mostrar quão alto chegara sua escada, quase atingia o céu.
Enquanto lá fora as festas corriam, lotavam, todos bebiam, e o menino buscava seu sonho, seu tempo, e não desistiria até alcançar sua promessa. Não se lembrava, embora também não tivesse esuqecido, do outro mundo, dos outros tempos. Resolvera viver o seu apenas, indo avante sem perder nada, sem olhar para o passado, pois a morte não o alcansaria té que subisse ao topo. Seu suor manchava o rosto, observado sempre pelo velho, que parecia sorrir ao Vê-lo sofrer.
- Está pronta! Vou ao céu! gritou animado e orgulhoso.
- A tua vida ainda precisa sentir as decepções que eu tantas vezes vi. Teu viver são gotas apenas, não és capaz de formar uma poça sequer.
- Tu não viveste bem o suficiente, teu tempo já foi, não quero ouvir tuas frustrações antigas. Entreolhou-o com cuidado soando aos ouvidos uam respota fina em agulhada.
- Vai então... criança. O garoto nem ouviu, subindo afobado as escadas, correndo diante das horas mais rápidas que ele, mais velozes do que deveriam. A pele sentiu o trabalho ao sol, mesmo depois de tanto tempo, as pernas cansaram num instante, o fôlego desapareceu.
Debaixo observava o velho e viu o menino cair, solene, cair mais, deixando que batesse forte a face no chão. Aproximou-se devagar, olhou-o e sentiu também um pouco de sua aognia física e mental.
- Nào foi a primeira queda, mas talvez a primeira jarra. Não penses que perdeste tempo ou vida ao contruir tua escada. Agora, sem pressa, levanta-te, ergue a cabeça, vai! Ouve as horas, vive, e não deixe que o velho lhe tome, nem que seja esquecido. O passado e os segundos não podem o fazer cair. Vai! E busca o céu...



segunda-feira, 20 de setembro de 2004

Essa é a historinha mais toska q eu já criei, falta do fazer é phoda... tem as estações d metro aih hauhauha, fikou tosko ams fikou legal!

Ana Rosa namorava Giovanni Gingi. Se conheceram na Parada, a Inglesa, sob a Luz daquela Barra Funda. Quando estava com ele parecia o Paraíso, ainda mais porque ele tinha um Carrão. Só que o Giovanni trocou-a pela Santa Cecília, e ainda ficava com uma menina da Vila, a Mariana. Ana coitada, ficou só na Consolação, depressiva só comia Brigadeiro.
Pedro foi o II que a deixou. Quando conheceu a Penha decidiu se mudar para Belém, lá no Pará.
São Joaquim ela conheceu na praça da Sé. Era o Tiradentes da região, muambeiro cohecido do Largo 13. Desistiu dele e pediu à Santa Cruz para arrumar um namorado decente. Conheceu então o Brás, lá no MASP. Só que ele, depois de andar a Vergueiro fedia que nem o Tietê. Ana desistiu, principalmente depois de descobrir que ele tinha uma passagem pelo Carandiru.
A D. Conceição resolvei ajudar. Levou-a até o campo do Corinthians e apresentou o São Bento, rapaz de Saúde ligado a República. Parecia o Marechal Deodoro. Mas era chato, que pra aturar ela ia ter que ser Santana, ainda por cima soube que a ex dele, lá da Vila, a Matilede, ainda vivia atras do cara.
Quando estava andando pelo vale do Anhagabaú conheceu o Quara. A mão dele sempre Berrava em comer q fiz Jabá Quara!” Uma simpatia, mas terminou porque ele tirava toda a Liberdade dela.
Pediu ajuda então para o Sào Judas, causas impossíveis. De repente, quando andava pela Praça da Árvore parou um carro perto dela:
- Ta tu a pé? - Perguntou uma cara, e era o Arthur Alvim, irmão da Armênia. Sorte dela, chegaram a se casar, ali no Bresser, e foram morar na Vila Madalena. Desde então nem Tucuru nem eu mais os vi.

sábado, 18 de setembro de 2004

O q vc me disse um dia


Um dia vc me disse q a situação nunca é impossível, apenas o moemento assim a torna. Ouvi calada tuas palavras, com os olhos no chão, como se aquilo tudo nunca eu quizesse notar. Vc me disse tantas coisas... uma a + outra a menos, e cada foto inusitada, cada olhar descontraído, cada sorriso, cada passo, lembra algo, aquilo q não se pode eskecer.
Um dia vc me disse q eu era diferente, disse pelas palavras aleatórias, disse para não dizer... disse apenas... gravando uma lâmina em minha mãe, cravando uma espada em meu peito. Vc não deixou... vc apenas colocou-me no canto, para quem sabe um dia o tempo tornar possível...

esse post saiu estranho... nao gostei mto, é mais pra nÃo fikar vazio, sou mais o a historinha (post anterior).... hje eu tou estranha... até d++, acho q preciso d um namorado como diz meu irmão, assim quem sabe eu fiko menos pensativa (como se fosse verdade hauhuah) Algum candidato rico e bonito?? hauhuahuahuahuahuhu

terça-feira, 14 de setembro de 2004

Segredos


Carlos caía, e o um certo desespero meio louco tomou conta de si como um todo. Os olhos esbugalharam-se, o ar faltou e ele não tinha mais o que fazer. Um tranco, de repente, barulho, olhou para si caído no chão abraçado ao travesseiro, tremia. Levantou-se muito assuntado, pudera, um pesadelo daqueles se repetindo várias noites.
Foi ao espelho, escovou os dentes, lavou o rosto, metodicamente ajeitou os cabelos e colocou as lentes, limpas e bem guardas na sua caixinha. Desligou o despertador que ainda guardava cinco minutos até tocar.
Estava sozinho em casa, para sua paz a mãe saíra cedo para trabalhar. Comeu suas duas habituais torradas, um copo de leite e fruta da estação. Estou novo, pensou consigo abrindo um sorriso bobo daqueles que ainda tem alguma esperança na alma. Saiu no horário de sempre, nem um minuto a mais, nem a menos. Voltou para casa na hora correta, sem atrasos, sem preocupações.
Carlos era organizado, o filho bonzinho, destes que toda a mãe sonha em ter. Boas notas, cuidadoso, dava a atenção específica para tudo. Não reagia aos ataques de estresse que a mãe tinha, sempre apartava brigas, não respondia às broncas. Era fechado, mandado, pobre, infeliz muitas vezes, porém esperançoso.
A vida tinha que ser certa, não só a sua, mas a de todos. Espantava-se com os casos das famílias "imperfeitas", queria esposa correta, para casar, para ser nos costumes. Esta era sua forma de auto-confiança, seu jeito de aparecer.
Chegou mais "tarde" uma noite, eram sete horas, um verdadeiro absurdo. A mãe não poupou as cordas vocais, filho meu não fica na rua até tarde, pensa que é quem ein moleque?! Os olhos dele baixaram ainda mais, ficou muito melancólico.
Dona Elaine era a típica boa mãe, prestativa e também metódica. Casada, bom casamento, profissional bem sucedida. Estressada sim, e muito, mas religiosa e boa senhora. Nada melhor para uma mãe tão competente como um filho perfeito, de notas exemplares, a imagem da família maravilhosa.
Não gostava muito de sair, preferia a casa, seu canto, mas a idéia da festa, embora não tivesse gostado tanto, pareceu boa quando os colegas insistiram para que ele fosse. Passou até perfume, saiu animado e arrumado. Lá não dançou, não gostava e não sabia, ficou sentado, curtindo sozinho enquanto os amigos ficavam na pista. Este não é meu mundo, não é para mim, pensava enquanto balançava no rítmico de lá para cá. A música ficou mais alta, barulho, baderna, e Carlos o contraste; sentado no seu balanço mole, o som ensurdecedor, e Carlos quietinho.
Frango, moça, estranho, nerd, bizarro. Era esta a rotina, o que ouvia, vida sua cheia de solidão. Estava olhando perdido para toda aquela gente, quando uma voz já um pouco embriagada disse com tom muito pejorativo: Vai ficar aí sentado muito tempo fazendo a mala ou vai sair logo daí? Carlos levantou apenas os olhos deixando a cabeça baixa, não respondeu nada. Ouviu ainda uma série de palavras em xingamento e nada fez. Cansado cedeu o lugar, deixou o resto do suco ainda no copo sobre a mesa. Folgado e provocador o rapaz ainda esbarrou os dedos no vidro, deixando que derramasse sobre a roupa de Carlos. Olha só, me desculpe, disse irônico com os ares de um garotinho mimado, me desculpe, e ria solenemente. Você não quer comprar outra bebida para você? Quem sabe aproveita e não compra uma para mim? Muito assustado com aquela situação e todo atrapalhado Carlos foi até o balcão, confundiu-se na hora de fazer o pedido e trouxe uma batida de qualquer coisa com uma tal de Vodka da primeira marca que tinha para escolher. Foi agradecido com um empurrão e um cortes tapa nas costas.
Os olhos ficaram aflitos, caia novamente, o corpo remexia-se todo, a sensação era horrível. Outra vez o mesmo pesadelo, outra vez o arrepio pelo corpo. Antes que chegasse ao chão tocou o despertador, um novo dia, e ele levantou-se como sempre, indo ao banheiro e lavando o rosto. Seguiu metodicamente sua rotina, mas desta vez foi verificar o jornal no quintal. Tomou café, e alguns minutos antes de sair verificou as notícias do dia. Leu cautelosamente: "Jovem morre no hospital envenenado por tomar um drinque de uma danceteria". Estou novo, pensou consigo abrindo um sorriso bobo daqueles que ainda tem alguma esperança na alma.

sexta-feira, 10 de setembro de 2004

Antes d + nada... estou desaparelhada, e super feliz é claro...
Eu sou a Elite
Eu vejo a meus pés a massa larga e hipócrita. A visão ali, tola, daqueles que são pisoteados, a visão dos espertos, daqueles que nasceram para vencer.
Elitista sim, por q não? Assim me chamam, assim sou, e cá, alucinada, e cheia de lucidez, estou com os olhos famintos e atentos, prontos para engolir cada servo desta sociedade tosca.
O escárnio, ridículo pode parecer, as discussões infundadas e sem base, a hipocrisia, o primitivismo lotado d ignorância. Sou sim, cheia de ares arrogantes, de beleza explícita, e me acarreta a convicção de ser a dona da verdade, do certo e errado. Sou eu que posso, quem analisa as reações e planeja os caminhos.
Vejo as massas degeneradas, bitoladas em suas medíocres e manipuladoras religiões. Ca estou, observando e saboreando tamanha baixeza. Ouço as mentes fracas e os assuntos fúteis. Vejo as meus pés a massa, e sorrio, pedindo com o jeito certo e as palavras minuciosamente escolhidas a seu gosto. Peço que lavem meus pés, e digo com alegria, para instantes depois vê-las abaixar, pegar água e sabão para venerar a elite... que sou eu....

quarta-feira, 8 de setembro de 2004

domingo, 5 de setembro de 2004

Presença astuta, tola maluka.. doidinha... Meu deus, segundos e minutos rápidos D+++ o tempo ta fikando louko... Mas nada é impossivel, apenas o tempo torna a situação inviável... As coisas parecem mudar, e o tempo ainda as deixa inviáveis.... mas tudo muda, tudo passa... e o vento levou....

sexta-feira, 3 de setembro de 2004

Passado

O passado ainda vai me perseguir eternamente... Akele passado louco, d anos atras, impossível e insuperável. Posso voltar para ele, mesmo sem querer, mesmo sem a vontade verdadeira para isso. O passado q anda comigo, a cada lugar q vou, ele está mais dentro d mim do q eu imagino. O passado q me sufoca, apesar d mtas x me trazer o alívio por eu tê-lo deixado.
Ali a pessoas, talvez um dia translúcidas em minha memória, agora viva e reais, d forma com as quais eu nunca mais quis ver. Pessoas q eu apeguei, reencontrando sem desejo, sem forma. O passado sempre vai em perseguir, sempre vai mentir verdades sobre mim, sempre estará caminhando lado a lado sob meus passos, sempre me fazendo entender... q ñ foi culpa minha... e q ele nunca estará longe o suficiente.
"O q é o inferno para akele q nunca conheceu o paraíso?"

quarta-feira, 1 de setembro de 2004


Esse texto é meio velhinhu, tem continuaçao... mas o primeiro cap eu gosto...

Asas de Sangue
11/12/2002

I

A floresta, imponente, rodeava a cidade. Era estação de caça, todos estavam empolgados a procura dos ursos. As crianças brincavam, junto aos pais. Os pobres animais, desesperados, corriam pela floresta, amedrontados.
Recolhida em seu leito, tocava lira., espalhando pelos cantos o som angelical de sua música. O sol, que antes ali brilhava, deu lugar ao vento de finzinho de tarde e a neblina, costumeira do horário, apareceu. Distraída ela ficou a tocar. Nem viu as horas, quando finalmente resolveu levantar-se para voltar até sua casa, deparou-se com o vento gelado cortando sua pele e a sua volta as estrelas da noite. A neblina ocultava a trilha que daria caminho a cidade. A floresta certamente estaria repleta de ursos furiosos. Sair andando naquele momento seria uma péssima idéia. Estava só, tinha medo. Achou prudente encostar-se numa pedra, assim estaria um pouco mais segura e evitaria os ursos. Enquanto o sono não vinha (se é que iria conseguir adormecer) ficou a tocar, baixinho, sua lira. Estava, só, estava perdida, mas mantinha a calma. Sua doce música invadiu a floresta, repleta de figuras lendárias, beijou cada flor, fez as árvores balançarem, fez o vento cantar junto consigo. Os ursos, logo que ouviram aquele som, puderam dormir em paz, e as criaturas lendárias deram uma festa.
Estava cansada, os dedos, lentamente, foram parando de puxar as cordinhas, a cabeça foi sendo inclinada. E, como se voltasse a ser uma anjo, adormeceu.
A madrugada era quieta, mas o silêncio foi quebrado por passos desordenados pisando sobre as folhas secas. Uma criatura adentrou a clareira, olhou para os lados. Dormia, ao lado da pedra um anjo. Curioso aproximou-se, farejou o ar. Olhou a mulher, soltou de seus dedos a lira e muito desajeitado tirou algumas notas. Ela levantou-se assustada com a criatura.
- Solte-a - puxou a lira.
O monstro rugiu, acordando a floresta, mas arrependeu-se ao ver aqueles olhos lindos amedrontados.
- Quem é você afinal? - perguntou ela timidamente - O que quer comigo? E deixe minha lira em paz!
Cabisbaixo ele respondeu:
- Desculpe, não queria assusta-la. Melhor eu ir embora, as missões me chamam.
- Espere, não precisa ficar assim, não estou brava. - Ela sorriu, docemente - fique aqui comigo, estou com medo. - Tirou a capa branca e pôs no chão para que ele também se sentasse. Ele pensou em recusar, mas aquele olhar angelical o hipnotizava. Nunca havia sentado-se ao lado de uma mulher tão bela. Aquela boca de cereja, a pele, dourada, da cor do sol. As vestes, longas, num tom esverdeado, os cabelos, levemente presos caídos pelo ombro. Nem sabia o que dizer. E ele, uma criatura feia, ali recolhendo-a num abraço de proteção. Assim que ela dormiu ele levou-a a cidade. Ficou com vergonha de mostrar-se a todos daquela forma, seria escorraçado. Apenas deixou-a sob a sombra da mais bela árvore, descansando em paz.
Raiou o dia e encontraram-na adormecida ali. Levaram-na até sua casa, onde ficou repousando. Assim que despertou encontrou-se confusa, seria um sonho? Olhou sua vestes, havia algumas folhas grudadas. Procurou pela lira, não encontrou, sorriu, era verdade.
Pela floresta a fera fugia. Tinha medo da fúria dos mortais. Em mãos tinha a lira. Nem sabia o nome do anjo que poderia tirar alguma música daquele instrumento. Na pequena arpa havia algumas escrituras. Tentou decifra-las, e depois de muito esforço leu "Luna". Foi à montanha mais alta, onde também escondiam-se os ursos. Observou a cidade. Guardou consigo a lira. Tinha uma motivo pra voltar, um motivo para revê-la. Poderia pedir para que tocasse uma música. Era um pretexto para ver a boca de cereja, o olhar de anjo. Poderia reencontrar a doce voz e sentir novamente a pele de seda que o envolveu num abraço. Mas teria que disfarçar-se, nunca uma criatura monstruosa seria aceita numa cidade humana procurando de um anjo caído dos céus.
Amanheceu o novo dia. A procura de Luna chegou um cavaleiro bem vestido. Olhos azuis, a única marca de um ser das trevas. Tinha em mãos uma lira. Os moradores da cidade, com suas línguas de cobra, iniciaram os comentários maldosos. Ouvia-se pelos cantos: "Você já viu esse daí?" e coisas do gênero.
- Quem é você a procura desta tão bela jovem?
- Meu nome só interessa a Luna, onde está ela?
- Qual o seu nome? - falou alto o morador da cidade
- Onde está Luna? - retrucou o cavaleiro, encarando a todos com seus olhos azuis extremamente poderosos.
O humano olhou para baixo, sem saber como reagir. Ficou num impasse, sendo incapaz de voltar a enfrentar aquele ser estranho. Uma voz ecoou no ar.
- Deixem-no em paz. Voltem para suas casas, voltem a viver suas vidas! Ele veio falar comigo e não com nenhum de vocês.
- Mas Srta. Luna, ele pode ser perigoso.
- Certamente o ser que me salvou da floresta não veio aqui para me fazer mal. Adem, apressem-se, voltem para suas casas e vão fofocar longe daqui.
Ficaram na casa de Luna a conversar.
- Desculpe-me esse mal entendido. A população daqui é extremamente arrogante com os estranhos, mas com o tempo aprende-se a lidar com ela.
- Como você me reconheceu?
- Vi a lira em suas mãos, além de seus olhos.
- Sinto pelo tumulto que causei.
- Você é diferente das criaturas das trevas. Tem um olhar de menino.
- Tornei-me um ao ouvir o som doce da sua lira.
- Qual o seu nome? que ainda não sei.
- Me chamam sempre de Night, é assim que vai me conhecer também. Acho que não tenho mais o que fazer aqui. Você é uma pessoa esplêndida Luna.
- Es... espere!!
- Não tenho mais nada a fazer aqui, vim apenas entregar-lhe a lira.
Ela baixou os olhos,
- Se é isso que deseja, vá, não posso dete-lo.
Ele olhou-a, quase chorando, os braços esguios trêmulos. Ficou sem reação. De repente puxou-a para perto de si,
- Eu não teria coragem nunca de deixa-la só. - Beijou-a, abraçando-a depois. Ela entregou-se ao abraço. Confundiu-se com aquela reação. - Vou embora agora, eles não me querem aqui, serei um fardo pra você.
- Não, ficará. Ninguém precisa saber quem você é de verdade.
- Mas e se souberem?
- Não vão saber se tomarmos os devidos cuidados.
- Mas e se descobrirem?
- Fugiremos juntos. - Ela sorriu, ele ficou ao seu lado, rindo também.
Dois anos correram, tornaram-se um casal misterioso. Todos passaram a ter receio ao conversar com Luna ou Night. Lendas começaram a surgir. Quando um deles saía de casa todos descarregavam seus olhares famintos.
Era uma noite, havia a costumeira neblina, fazia frio. Não havia estrelas, todas escondidas pelo céu encoberto. Luna sentiu a primeira contração. Era chegada a hora. Night estava feliz, porém aflito.
- Chame a parteira! Está doendo muito! - pediu ela.
Night sentiu algo estranho, temeu pela esposa, correu, desesperado, esqueceu-se de concentrar energias, estava na forma original, um descuido, pediu auxilio a parteira, era seu filho, que em breve ia nascer. Luna, ele só pensava nela, estava com muitas dores, Luna, Luna, Luna.... algo de estranho estava ocorrendo.
- UM MONSTRO!!!!!!!! - Gritou a parteira, acordando a toda a cidade. Night olhou para si, viu seu corpo de fera, um descuido. Pensou em Luna, voltou pra casa, correu.
- Luna, descobriram, fuja, fuja, eu a alcançarei.
- Vamos juntos.
- Vou pelo outro lado, nos encontramos naquela pedra.
- Não tenho forças, não consigo.
- Consegue sim, vamos, por favor. Pense no nosso filho!
Luna saiu pela porta dos fundos, levou consigo a lira. A multidão gritava, uma voz berrou em meio a todos:
- Achem Luna, o filho dela será um monstro também!!!
- Matem os três!!! - Berrava a parteira.
Todos correram, cheios de armas e tochas nas mãos. Luna, como havia combinado com Night ficou escondida atrás da grande pedra. Vieram mais contrações, estava doendo muito, Luna chorava, estava nervosa e apreensiva.
Night corria, teria que esconder-se, não poderia ir atras de Luna, tinha que esperar que o tumulto cessasse. Teve medo por ela. Algo lhe dizia que ela não estava bem. Correu, exausto, correu, Luna... Luna...
Fazia frio, estava escuro demais, as contrações, muito fortes, o vento soprava, com muita força, medo... Estava acalmando-se, ele já vem, pensava consigo. "Ele já vem", dores, chorava, desesperada. Ouviu um tiro, dois, três, gritos em meio a floresta, ouviu seu nome, ouviu o vento, dor... O coração apertou. Ventava, doía o peito, a alma. As lágrimas incessantes escorriam pelo rosto. Night, dor, estava só. Era intenso demais, fazia força, tentava, não conseguia. Nasceu o filho, uma menina. Luna acomodou-a próximo ao peito. Choro do bebê, choro da mãe. Sangrava o coração, o líquido escarlate sujava as folhas. Doía, muito, ventava. Luna não tinha mais forças. Deitou-se, protegendo a menina com a capa já suja. O sangramento não cessava. A alma, o corpo, totalmente debilitados. Deitou-se, fechou os olhos, a dor foi passando, dormiu, eternamente. Era uma madrugada, frio, vento, solidão...