In the Rain

sexta-feira, 24 de setembro de 2004

Gotas de Vida

Denise Regina Szabo 10/09/2004

Aquelas horas foram apenas uma gota em sua vida, descera furioso os dentes nas unhas, visando o céu, a promessa, o eterno. O tempo, os segundos, desferiram nos espaço golpes que fizeram muitos degraus caírem. Mesmo assim, desprovido de medo na alma, ele os reegueu, sem perder segundos. O velho observava enquanto as mãos enrugadas coçavam a alva barba e fitavam o valente trabalhador.
-Quem sois? Disse sem parar de construir, o menino. O velho sorriu, citou uam ou duas três palavras de filósofos de sua época, depois mais algumas suas. A ajuda não ofereceu, pois o tempo já o casava os braços e a mente desesperançada dos anos o tirou a energia para sonhar.
- Por que tua jovialidade jogas fora ao tentar costruir o impossível? Não vês que é perda de tempo? - Caçoou em resposta dando os ombros, e sorriu ao mostrar quão alto chegara sua escada, quase atingia o céu.
Enquanto lá fora as festas corriam, lotavam, todos bebiam, e o menino buscava seu sonho, seu tempo, e não desistiria até alcançar sua promessa. Não se lembrava, embora também não tivesse esuqecido, do outro mundo, dos outros tempos. Resolvera viver o seu apenas, indo avante sem perder nada, sem olhar para o passado, pois a morte não o alcansaria té que subisse ao topo. Seu suor manchava o rosto, observado sempre pelo velho, que parecia sorrir ao Vê-lo sofrer.
- Está pronta! Vou ao céu! gritou animado e orgulhoso.
- A tua vida ainda precisa sentir as decepções que eu tantas vezes vi. Teu viver são gotas apenas, não és capaz de formar uma poça sequer.
- Tu não viveste bem o suficiente, teu tempo já foi, não quero ouvir tuas frustrações antigas. Entreolhou-o com cuidado soando aos ouvidos uam respota fina em agulhada.
- Vai então... criança. O garoto nem ouviu, subindo afobado as escadas, correndo diante das horas mais rápidas que ele, mais velozes do que deveriam. A pele sentiu o trabalho ao sol, mesmo depois de tanto tempo, as pernas cansaram num instante, o fôlego desapareceu.
Debaixo observava o velho e viu o menino cair, solene, cair mais, deixando que batesse forte a face no chão. Aproximou-se devagar, olhou-o e sentiu também um pouco de sua aognia física e mental.
- Nào foi a primeira queda, mas talvez a primeira jarra. Não penses que perdeste tempo ou vida ao contruir tua escada. Agora, sem pressa, levanta-te, ergue a cabeça, vai! Ouve as horas, vive, e não deixe que o velho lhe tome, nem que seja esquecido. O passado e os segundos não podem o fazer cair. Vai! E busca o céu...



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