In the Rain

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Naquela noite eu não coçava os olhos de sono nem me peruntava por onde andamos.
Meus olhos fervilham, sono, pálpebras tão pesadas quanto aquela conversa desfeita. Você lembra das chuvas? Das caminhadas? Do cheiro da terra molhada? A mim não bastam essas lembranças fictíceas.
Olho a janela todas as tardes. Onde estaríamos naquela manhã de inverno? O vento frio nunca mais soprou, nem mesmo pude entender o porque dos nossos passos, uma após o outro. Abri os olhos de repente e você era vivo somente ali.
Por onde se esconde a cidade deserta? Quem caminha por ela? Meus passos não a alcansam. Perdeu-se no tempo: eu, ela, nós.
Meus olhos fervilham, mede tenho de fechá-los para sempre. Algum dia você vem me buscar? Penso que a amo, minha fantasia, meu lugar. Assim como também te amo, homem meu perido numa noite de quase inverno.

9/jan/2010