In the Rain

terça-feira, 23 de maio de 2006

Inominável


Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Depois de uma incrível sucessão deles o despertador disparou, num som tão chato quanto infernal, capaz de destroçar qualquer sonho.
- Só mais cinco minutos - Murmurou Xavier. Sabia que não lhe restava mais um segundo sequer, entretanto o sono acolheu-o maternalmente naquela fria manhã.
De repente, o susto.
- Ih, merda! - Passara dos cinco minutos, dos dez inclusive. Saltou da cama já tirando a camisa e procurando os sapatos. Tomou café andando, preparando a pasta na escova e o creme de barbear. Vestindo o paletó trancou a porta, para sair como um louco no trânsito.
Chegou na empresa irritado, odiava ir para lá todo o dia, odiava acordar cedo. Além disso, não suportava o terno e a gravata enforcava-lhe. Pelo menos eles pagam bem, pensava nos mementos de aperto.
- Espremeu um sorrido da alma para dar alguns "bom dia" no caminho até seu setor. Caminhou automaticamente até a nona porta à esquerda do corredor, como por três anos fazia sistematicamente.
Em sua sala não encontrou alívio ou conforto, mas uma pilha de papéis sobre a mesa. Trabalho, trabalho e trabalho. Desde a faculdade nunca mais lera algo fora de sua área. Almoçou papeladas regadas a problemas.
Mas Xavier adorava, de vez em quando, passear pelos corredores. O melhor é que as portas eram equipadas com uma simpática janelinha de vidro. Nada melhor para flagrar dedos no nariz ou decotes escolhidos a dedo. Pena mesmo os passeios serem tão curtos, já que relatórios por fazer esperavam-no na mesa e as desculpas para essas voltinhas precisavam ser economizadas.
Horas doidas de trabalho: As mesmas palavras para diferentes problemas, quinhentas burocracias para um procedimento simples. Papel timbrado, carimbo, assinaturas, milhões de passos a serem repetidos. Foi para isso que Xavier estudou, é por isso que ele vive bem; ou isso, ou nada!
Passos a serem seguidos, leituras automáticas, arquivos, arquivos, arquivos. Ser perceber Xavier frustrou a alma para satisfazer o corpo. Sabia informações como todos, desejava as mesmas mulheres que seus amigos, gostava dos mesmos filmes que os outros.

Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Era incrível como esse som infernal demorava mais a passar no final da tarde, O som do relógio massacrava, assim como a vontade de jantar.
- Eu cheguei atrasado, preciso compensar - Diziam as engrenagens de seu cérebro.
Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Xavier roeu as unhas, hesitou uma vez antes de jogar longe o relógio. Pensou em pular pela janela, mas a sala era climatizada. Viu-se preso, nunca antes percebera-se enclausurado. Forçou a porta sem necessidade, olhou para os lados procurando alguém que o observasse. O corredor pareceu mais longo e casa passo apressado parecia deixá-lo mais longe da saída.
Xavier correu, correu e correu, chegou ao lado de fora arrancando o que o enforcava e provocando olhares espantados. Inspirou o ar descondicionado e poluído com uma alegria inexplicável, tirou o terno de qualquer jeito para sentir melhor o vento gelar seu rosto.
- Xavier? Tá tudo bem com você? - A pergunta veio da funcionária com decote escolhido a dedo. Ele ficou sem graça e não disse nada enquanto, desconcertado, procurava ajustar-se no terno e vestir a gravata. Saiu sorrateiro e em silêncio, sentindo-se um idiota.
- Onde eu estava com a cabeça? - Martirizava-se. - O que foi aquilo?
Antes de sair do estacionamento ele certificou-se sobre sua aparência, inconformado com o que acabara de fazer.
Chegou em casa cabisbaixo, foi do banho direto para a cama.
- Idiota! - Repetiu incansavelmente - Idiota!

Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Depois de uma incrível sucessão deles o despertador disparou num som tão chato quanto infernal, capaz de destroçar qualquer sonho. Desta vez Xavier não hesitou, levantou-se sistematicamente.

sexta-feira, 12 de maio de 2006

A história se desmancha aos poucos, como se alguém jogasse solvente nela. Desfaz-se em pequenas partes, corrói-se em distintos pedaços.
Como você chegou até lá? Eu só queria, na verdade, achar uma rumo para minha vida, ao passo que olho para todas as direções e nada encontro. Qual é a menbrana que liga o futuro? Quem é o dono da verdade e da coragem?
Sinto medo de mim, do inusitado, de tudo mais. A solidão apavora, a paixão conforma. Poucas vezes esteve nas suas mãos, agora não depende de mais ninguém.

sexta-feira, 5 de maio de 2006

A vida se mistura, nada tem começo, meio ou fim. A garotinha dos olhos verdes e assustados. Ouçca os sons da tua insônia, tantos pensamentos, medo e mais medo.
As cores se misturam, vidro gelado esmigalha, esmaga, escorrega, corta e mata. Diz a lenda que o estudo preenche. Aqui esvazia e afeta. E estes olhinhos baixos e confusos? TAnto medo, coragem, perda de tempo, trabalho.
É assim mesmo a vida? O passado esmaga o presente e cada coisa vai tombando e tomando seu lugar. Tempo, cada coisa sobreposta a cada pensamento.
Talvez a solução esteka fincada bem na frente, ou pode nem existir. Difícil é afirmar a que mundo pertence ela.
Os dias passam, assom como as horas e os minutos. Nâo há parecer de nada, nempalavras repetidas. Pode ter terminado, por que não apenas outro começo?

03/05/2006

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Sensações


Sensações totalmente diferentes e inexplicáveis. A sensanção de
alegria que rega cada segundo sobreposta a uma imensa tristeza que deprime
os instantes.
NÃo há como explicar exatamente cada parte deste sentir, agora estou
leve e alegre, depois irei tornare-me apreensiva, e sei lá mais quantas
sensações vão percorrer meu corpo.
Sinto falta de tudo e de todos, enquanto exploro um novo horizonte
que ainda está para se formar. O último dia, cada última coisa... Sensações
tão diversas, descem a garganta amargas e doces. Fim e começo, Ying e Yang,
tudo tem suas fases, começa a nova agora.

01/05/06