In the Rain

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

(eu sei q é repetido mas fazer oq né?)

Histórias de guerreiro
Denise Regina Szabo 24/02/1003

Doíam seus olhos, apenas pelo fato de olhar aquela grande luz, que vinha atingir-lhe para cegar-lhe. Justo aquele guerreiro fiel, que prometera nunca largar a espada. Ele tinha fé, e, a mente, cheia de pensamentos corrompidos para uma alma legítima... Leve luz, que fazia-o nem sequer conseguir tocar algo bem a sua frente. Cego, não podia lutar, nem mesmo poderia fugir, já que seu caminho era iluminado por uma maravilhosa e maldita claridade. Guerreiro fiel de batalhas travadas, ferozes inimigos, inúmeros problemas, grandes sacadas. Guerreiro de lâmina honrada, por seus próprios feitos, de bons amigos, de boas companhias. E agora? E agora meu caro? Perguntava a si, por que vem esta luz cegar-me nos rumos sem dó? Ele mal conseguia distinguir quais eram seus passos, ficou sereno primeiro, depois andou um pouquinho apenas, mas nada via por entre o branco cintilante. Que fiz? Que fiz? Eu ainda sou capaz de vencer, de lutar, de manter-me erguido!. Ele clamava para si palavras sem sentido, vindas do fundo de sua alma conturbada, vindas de seu pequeno viver. Profanadas sem que pudesse pensar, vindas de um subconsciente mais forte e menos ingênuo. Ele olhou, mas não pode ver o céu, embora o procurasse apenas para dizer que pedia paz no espírito, paz para poder fazer coisas certas, sem que lhe falassem como agir, ou que tivesse de ouvir vozes menos corretas. Pediu perdão, pediu trégua, como antes havia jurado nunca implorar, estava cego, e acreditava (no consciente imprevisível) estar sendo tolo e fraco. A luz cessou, assim que seu coração foi claramente sincero. Ele caiu, fraco, batendo forte os joelhos, para depois tentar apoiar-se nas mãos manchadas de sangue. Agora a luz voltara, mas desta vez mais serena, e dela, uma mulher sem face certa surgiu. Ela pegou-o pela mão, ajudou-o a levantar, cumprimentou-o. Você enxergou, disse, não tenha medo, nada disso vai te fazer uma pessoa pior. Esqueça, pedir trégua não é vergonha nem fraqueza, você fez o que achou ser certo e melhor para si, eu lhe abençôo, vá em paz, durma e nem lembre que um dia você se atormentou com isso. Não há pecado na dúvida, nem erro nos sentimentos. Ela afagou-lhe os cabelos, num gesto carinhoso, disse adeus. O que ele faria depois? Poucos sabem como realmente agiu, se arrependeu-se, se ouviu a si mesmo... Foi guiado por seu destino incerto, para lugares mais longes que os pensamentos. Não se sabe se ele seguiu os passos certos, nem quantas vezes tropeçou. Veio como última notícia seu sumiço. Quanto a mulher evaporou também, como as águas. Feliz, conselheira, sábia, e pueril, trazia na alma o sentimento de que havia cumprido sua missão ou, pelo menos, havia tentado.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial