In the Rain

terça-feira, 2 de março de 2004

Comprimido dos sonhos


Pegou um copo, com água fria, e tomou rapidamente o comprimido. Prenssou as mãos uma nas outras, de tão aflita q estava. Abriu bem os olhos, que fixaram-se num ponto único, procurou acalmar-se seguindo o efeito da droga. Enquanto relaxava ficou descobrindo segredos tontos de sua mente. Lembrou de contar pra si o não acontecido, de balbicuar pekenas frases ditas há mto tempo. Lembrou d uma porção pequena d loukuras, q havia feito pra q tudo aquilo nunca fosse esquecido.
A droga fazia seu efeito devagar, e ela, menos lúcida a cada instante, abria sorrisos cheios d infância, e faces cheias de medos encarnados. Vinham memórias semi apagadas de amores inexistentes, falsas visões, previsões do passado, sonhos do presente e acontecidos do futuro. A droga não era seu único ópio, e a loucura não era sua única esquisitisse. Pensares cheios de infantilidade, infantilidades cheias d pensamentos adultos, pensamentos adultos com cheiro d adolescência. A droga, lhe caía como uma luva, num momento em que os olhos poderiam estar cheios de lágrimas. A droga lhe punha lembranças de seu ópio, tão boas e açucaradas, lhe punha idéias tolas na mente. Não era ingênua enquanto lúcida, mas assim q ingeria o comprimido, tornava-se a mulher mais menininha já existente, vivia de sonhos, vivia em um mundo novo. Todos bons amigos, boas pessoas, boas flores, bons ares. Se ópio tinha nome, mas um nome proíbido para si. Ela deixava-se ao vento, sempre q vinha bater-lhe na mente a tristeza, sempre q lembrava-se do inalcansável q aquilo representava.
Cinco instantes, rápidos, os olhos já eram menos extasiados, e a boca já menos terna. Secos os lábios d uma face pálida e deslúcida. O corpo chorava, o efeito ia passando, a alma não estava mais adormecida, já sentia as dores da verdade, o corpo remexeu-se umas duas vezes num espasmo de tristeza. Doce fora a fantasia, deste ópio q ela tinha, doces momentos d um sonho, sonho tão irreal e impossível. Fora bom alcansar o inalcansável, tocar nas faces impalpáveis, embeber-se de um sangue proíbido. Amarga realidade, amarga inteligência para saber q não poderia ter nunca o ópio desejado. Sofria mais a cada realidade, a cada vez q via o sonho envão e tolo. As mãos trêmulas e os olhos entristecidos pegariam para si outro comprimido. Depois iriam sorrir menos, e cair mais, sabia bem o que sonhar sempre representaria, o que aquelas pequenas alucinações fariam com ela, o quão mais chateada lhe deixaria encher-se de esperanças, mas não poderia viver sem sonhar com aquele ópio de nome proíbido.

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