In the Rain

sábado, 14 de agosto de 2004

Entre uma lágrima e um devaneio


Ali estava, sentada, o rosto encostado na pedra, a mão fria, descansava sobre o colo. Tinha a expressão triste, a mente confusa. Pelo rosto, um fio ressecado de lágrima. A boca semi-aberta, seca pelo ventinho de montanha. Os negros cabelos caídos sobre os ombros relaxados, a mente longe, distante num devaneio antigo. A rajada de vento refrescava o ar quente.
Estava calma, o olhar perplexo, tinha medo; e junto com a brisa vinha um rancor. Por seus olhos, pequenos, infantis, talvez, lágrimas caíram novamente, sentiu-se perturbada, levantou, as pernas bambas mal seguravam o próprio corpo, que pareceu mais pesado. Apoiou-se na pedra, sentiu o vento, agora mais forte, voaram leves e negros os cabelos; andou, atordoada, a face pálida.
Ali à frente, punha-se o sol, sereno, alegre, cos raios fortes, manchando o céu limpo. Cores, mescladas, num tom alaranjado (característica comum do outono), um ambiente calmo, quieto, sereno. Do alto da montanha fazia-se mais belo o fim de tarde, a brisa dava um ar de nova estação.
O céu, sereno, os longínquos pensamentos, um rosto pálido numa tarde alaranjada. Do alto da montanha: os sonhos. Do alto dos pensamentos: o pesadelo. Sonhou, imaginou, chorou, tanto, mas tanto, que entre uma lágrima e um devaneio antigo disse adeus! Tentando voar.

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