In the Rain

sábado, 20 de agosto de 2005

noa é nvo, ams gosto dele

Caderno


Quantas palavras caíram em minha memória, quantas vezes li tuas histórias. Rascunhos, um sol, umas montanhas, um arco-íris, um rosto, ali desenhados, esculpidos em mim. Guardados na folhas, tão belos assim. Gravei grandes aventuras, acolhi lágrimas, li tuas loucuras.
Fui amigo quanto mais precisaste, com paciência te dei abrigo. Rabiscos e xingamentos, canções dos teus sentimentos. Senti a dor de cada página arrancada, molhei-me na tua lágrima derramada.
Não sei se meu consolo te serviu, espero ter sido útil. Guardo, fechado ainda, teu segredo, cada palavra, cada vírgula, cada medo.
Rasgaste meu papel, com raiva e fúria, justo eu, amigo fiel, ouvidor da tua injúria. E me recordo das tuas letras esquecidas, perfume que usaste para sair, depois que me rabiscaram, depois que um coração em mim desenharam.
Ainda vivo, em meu brando e eterno viver. Ainda há páginas em branco, como em tu. Igual ao poeta, "só peço a você um favor se puder, não me esqueça num canto qualquer".

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