In the Rain

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Exílio


Eu moro no exílio, foi assim que escolhi, por mim, ao acaso.
- Você nunca virá pra cá. Não minta!
Ele silenciou minha boca com um dedo apenas, fitou-me com a alma partindo pelos olhos.
- Não diga... nunca.
Sei apenas que ele nunca veio. Eu sempre soube que seria assim. Talvez ele tenha apenas me desencontrado....
Este é meu exílio, eu escolhi. Minha mãe o detesta, diz que cheira a bolor. Quem sabe, ora, dos cheiros que sinto? Esse lugar me pertence e cada passo que dou cá, nesse desterro, torna-me apenas mais sem lugar.
- Com certeza seria melhor estar aí,com você. - Ah! Quantas vezes mais esse exílio se torna esperança, coração algum sabe.
A verdade é que aqui sou só, durmo só, caminho só, adoeço só. Aqui cheira a mofo apenas dos verões aos outonos.
Este é meu exilio, e me pego as vezes lendo as mensagens que você mandou ainda ontem. Aqui abro a janela e o vento dá tapas no rosto. Pequeno exílio este meu; espera visitas, recebe angústias, aplaude lágrimas.
No meu exílio há cores, e pontes, e chuva, e rios, e a mim: que não sou nada aqui, lá ou em lugar algum.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial